Bultmann e o Operariado Alemão

Foi o operariado alemão dos anos 20, que levou o pastor Bultmann a conceber seu programa da demitologização.

Johan Konings - 1988

David Rubens

Anedota: Karl Barth e a infabilidade papal

Karl Barth, ao saber que o papa João XXIII o considerava o maior teólogo protestante da atualidade, mostrou-se disposto a admitir como possível a infabilidade papal.

Johan Konings – 1988

David Rubens

Bultmann: Vivo pelo Poder de Deus

No momento em que a Palavra me colhe como sujeito, no preciso e exato momento do ser acolhido, eu deixo o mundo (objeto). Não sou mais deste mundo, passo à esfera do escatológico, onde vivo agora pelo poder de Deus que salva em Jesus Cristo. Sou então um justificado.

Eu sou suspenso da história factual: não há mais temporalidade para mim; só a eternidade do momento que eu vivo.

Rudolf Bultmann

David Rubens

Rudolf Bultmann: Encontro com a Palavra

Pelo encontro com a Palavra nasce em mim uma nova compreensão de mim mesmo na história.
Quando chega um amigo em minha casa, o importante não é o presente que ele traz, a roupa, enfim o que ele possa ter, mas o fato de ele estar aí comigo, “curtindo” a amizade.

Rudolf Bultmann - 1912
David Rubens

Heidegger e o Conceito de Tempo

A convite de Bultmann, no verão de 1924, Heidegger pronuncia diante dos teólogos de Marburg a conferência O Conceito de Tempo. No começo protesta não querer dizer nada sobre coisas teológicas e divinas, limitando-se ao humano; mas depois passará a falar a respeito de tal maneira que no final uma teologia do tipo da de Bultmann haverá de servir como a chave na fechadura.

SAFRANSKI, Rüdiger. Heidegger: um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. p. 172

David Rubens

Rudolf Bultmann: O Novo da Pregação de Jesus

Vida Cristã: O Novo da Pregação de Jesus

Rudolf Bultmann alerta que o novo da pregação de Jesus está, mais explicitamente, no Evangelho segundo Mateus 5.39-48:

39 Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;

40 E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;

41 E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.

42 Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.

( Lc 6:32-36 )

43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

44 Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;

45 Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.

46 Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?

47 E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?

48 Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.

Jesus vai além dos mandamentos e toda a sua palavra se refere a uma salvação que acontece no aqui e agora. No ato de fazer o bem está a sintonia mais profunda com o Deus da Vida.

Seguir a Jesus significa, antes de mais nada, estar atento aos nossos atos, àquilo que fazemos de concreto.

David Rubens

BULTMANN: FÉ E CIÊNCIA

Fé e Ciência

De acordo com Karl Barth (1886-1968), a palavra de Deus não contém nenhuma ontologia de céu e terra. Logo, a fé cristã invadiria um campo de competência alheia, caso pretendesse elaborar uma “cosmologia” concorrente com a ciência. No entender de Rudolf Bultmann (1884-1976), não há motivo de protesto cristão contra a ciência profana. Conforme Paul Tillich (1886-1965), a fé só pode conflitar com fé e ciência com ciência, mas nunca a fé com a ciência ou vice-versa. Isso porque “a dimensão da fé não é uma dimensão da ciência”.

David Rubens