segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Conhecer Bultmann

ANTES DE CONTESTAR BULTMANN


Antes de levantar objeções à visão Bultmanniana de desmificar ou demitologizar (Paul Tillich adverte que o termo correto é desliteralizar)[1], devemos confessar que o método sugerido por Bultmann tem sido utilizado na maioria dos púlpitos de nossas Igrejas. Séria difícil pregar em nossos dias sem desafiar os ouvintes a decisão pela existência na fé através do kerygma cristão.
Bultmann disse que nossa tarefa não é reproduzir a visão de mundo dos escritores bíblicos apocalípticos, mas sim, interpretá-lo. Este tem sido o desafio dos pregados.
Nos últimos dias tenho conversado bastante sobre o método exegético de Bultmann com meu companheiro de estudos Fernando de Oliveira, as longas conversas têm gerado vários textos que em breve estarei apresentado aos queridos leitores.

[1] TILLICH, Paul. Perspectivas da Teologia Protestante nos Séculos XIX e XX. São Paulo: Aste, 2004. P. 232.
David Rubens

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Rudolf Bultmannn




Obras de Bultmann

Obras de Bultmann
Prof. David Rubens
Bultmann é um dos mais conhecidos estudiosos do Novo Testamento. Sua História da Tradição Sinótica, por exemplo, publicado pela primeira vez em 1921, é um de seus trabalhos mais importante para teologia. Neste livro, Bultmann analisa as diversas formas literárias dos relatos do ministério de Jesus nos evangelhos sinóticos (histórias de milagres, ditos controversos, parábolas, etc), e procura mostrar como essas formas foram alteradas, e na verdade, muitas vezes criadas, pela atividade da igreja primitiva, de tal forma que pouco pode ser dito como um registro preciso do ministério de Jesus. Suas obras posteriores, como a Teologia do Novo Testamento ou comentário sobre o Evangelho de João, são muitas vezes ricamente querigmática no tratamento de textos bíblicos, sua exegese tem uma posição crítica sobre questões como o interesse de Paulo em a história de Jesus ou a influência dos gnósticos nos escritos joaninos.

Frases

"A morte de Jesus na cruz é o evento no qual toda tentativa humana de auto-suficiência é quebrada em pedaços."
Rudolf bultmann

Exegese

Esperança


Rudolf Bultmann


A esperança, como espera do bem, está intimamente ligada com a confiança e a esperança ao mesmo tempo, uma espera ansiosamente buscada.
Por isso a esperança é sempre a espera de um bem, o homem que tem esperança vive (Ec 9.4: Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).
Essa esperança não tem valor algum como uma fantasia que trás consolo; que alivia ou encerra o sofrimento presente, e tão pouco é garantia contra a insegurança presente. Ao contrario, a vida de um homem piedoso se funda precisamente na esperança.
Ter esperança é ter futuro é sinal de que tudo que o homem se refere esta em jogo. A esperança tem por objeto Deus.
Esperança é quando o homem se ver em apuros, e é livre pela ajuda de Deus (Sl 24.1: DO SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam). Essa confiança em Deus (esperança) se exige sempre e em todas as situações.
O homem justo se reconhece sempre orientado no que Deus fará, de modo que a esperança não espera algo determinado, não se forja uma imagem determinada do futuro. Ele se funda em uma confiança totalmente geral na proteção e ajuda de Deus. Por isso, pode dizer que Deus é a esperança e a garantia do justo.
Ninguém deve confiar em sua riqueza (Jó 31.24: Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança), em sua justiça (Ez 33.13: Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar a iniqüidade, não virão à memória todas as
suas justiças, mas na sua iniqüidade, que pratica, ele morrerá) e nos homens (Jr 17.5: Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!) ou nos ídolos (Hab 2.18: Que aproveita a imagem de escultura, depois que a esculpiu o seu artífice? Ela é máscara e ensina mentira, para que quem a formou confie na sua obra, fazendo ídolos mudos?).
Os planos dos homens são um sopro; Deus os destruirá (Sl 32.10; Is 19.3; Pr 16.9: O coração do homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos). A esperança deve se dirigir ao que não esta a disposição do homem.
A esperança que confia em Deus se livra do temor (Is 7.4; 12.2; Sl 45.3; Pr 28.1: OS ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão); mas deve ir justamente acompanhada do temor de Deus (Is 32.11; Sl 32.18; 39.4: Faze-me conhecer, SENHOR, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil). Por isso deve ser uma esperança tranquila em Deus. A imagem contraria é Jó, que não quer esperar (Jó 6.11; 13.15: Ainda que Ele me mate, nEle esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele).
Se a ajuda que se espera de Deus é, em primeiro lugar, uma ajuda para sair de um apuro ou necessidade concreta, em último termo, se trata de uma ajuda escatológica que põe fim a todas as necessidades.
A atitude de esperança e confiança se converte cada vez mais em uma expressão de convencimento de que todo o presente e terreno são passageiros e a única coisa que importa é a esperança de um futuro escatológico (fim de todas as necessidades).

*Tradução feita pelo Pastor David Rubens no dia 10/11/2010. Obra: BULTMANN, Rudolf. Diccionario Teológico Del Nuevo Testamento; Esperanza. Madrid. España: Ediciones Fax. 1974. p. 31-35
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