Carreira acadêmica
Em 1912, começou
sua carreira acadêmica, inicialmente na qualidade de livre docente de exegese
neotestamentária na Universidade de Marburg, depois como encarregado na
Universidade de Wroclaw (Breslau). Em 1920, foi chamado a suceder o célebre
biblista Wilhelm Bousset[1] na
Universidade de Giessen, mas apenas um ano depois preferiu deixar essa
universidade para retornar a Marburg, que ele sempre considerou a sua pátria
acadêmica, a fim de assumir a cátedra de Novo Testamento e de História da
Igreja Primitiva. Desde então, permaneceu sempre em Marburg até 1951, ano em
que se retirou do ensino. Nesse meio tempo, casara-se[2] em
1920, tendo duas filhas[3] de
seu feliz matrimônio.
Em 1921,
publicou uma de suas obras mais significativas, História da Tradição Sinótica, na qual introduziu no âmbito da
pesquisa neotestamentária o Método
Histórico das Formas.
Neste período
Bultmann, abandonou a orientação liberal na qual tinha crescido e começava a
trabalhar e participar da fundação da Teologia
Dialética,[4]
notoriamente antiliberal e antimodernista.
Prof. David Rubens
[1] Wilhelm Bousset (1865-1920), Bousset era uma figura proeminente da
Escola da História das Religiões. Seu trabalho mais conhecido
envolveu estudos comparativos entre a Igreja Cristã
e outras crenças religiosas, particularmente judaísmo
helênico. Bousset
demonstrou em seus escritos que o pensamento cristão foi profundamente
influenciado pelas culturas vizinhas e sistemas de crenças.
[2] Helene Bultmann.
[3] Antje Bultmann (nascida em 27 de
julho de 1918), primeira filha de Bultmann. Gesine Bultmann (nascida em 1 de
julho de 1920), segunda filha de Bultmann.
[4] A teologia dialética, denunciou as tentativas realizadas pela teologia liberal de reduzir ao silêncio
a Palavra de Deus. A teologia dialética,
afirma que o homem só com as suas forças (a filosofia, a cultura, a religião)
não pode alcançar Deus, já que existe uma infinita diferença qualitativa entre
Deus e o homem. Principais nomes da teologia dialética: Rudolf Bultmann, Karl Barth, Emil Brunner, Friedrich Gogarten, Eduard
Thurneysen.